Teoria da justa medida
- Carlos Bomfim

- 27 de jun.
- 2 min de leitura
Qual a medida para todas as coisas,
certa e definitiva?
Qual a unidade para julgar os atos...
sentimentos...
pensamentos – efeitos, feitos e defeitos humanos?
O que, ou quem, nos julga,
nos avalia,
e o certo do errado diferencia?
Qual é a pena a ser usada?
O justo peso para se fazer justiça?
Será a valência das convicções?
A face inconteste das religiões?
As leis dos homens...?
Ou, talvez, a mão factível de Deus?
Ou será, então,
a moral local?
Uma herança factual?
A cultura histórica e atemporal?
A força que domina?
O medo que escraviza?
Um choro por perdão?
Uma sincera e velada oração?
Quem detém o condão?
Quem tem essa condição?
"Atire a primeira pedra!" – disse o Mestre.
Será a razão que impede a punição?
Um dízimo valioso?
Um amor incondicional?
Um pesar verdadeiro?
O remorso não passageiro?
O falsear furtivo e não convencional?
"Confessas — e estarás livre de todo o mal."
Ou será o resultado que julga o passado?
As leis universais dos exóticos?
A visão mística dos gnósticos?
O sofrimento dos desesperados?
Do Egito,
por exemplo,
a medida é o peso do coração.
Da Índia,
o karma – a lei de causa e efeito.
Da Grécia,
a justiça, o bem e o feito.
Da matemática pré-socrática,
a ação e a reação.
Do Ocidente moderno:
da pobreza à caridade, do céu ao inferno.
Uma dose certa de amém?
Um ato grandioso por gratidão?
Uma voz que surge do além?
Um ladrão por cem anos de perdão?
Por fim, qual é a medida justa - universal?
Terá, mesmo, algum valor a medição?
Talvez... não exista qualquer medida real.
Talvez, a razão - a ideia de algo ideal.
Um regime político.
Um acerto cultural.
Ou, "em verdade, verdade lhe digo":
Talvez, a justa medida sejam o tempo e o equilíbrio.
Assim, são e sempre serão!
Ainda que possam parecer ser somente uma questão de opinião.



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